No dia 7 de novembro (segunda-feira), às 19h, na sala multimeios do Programa de Pós-graduação em Comunicação Social (PPGCOM) da PUC Minas, será proferida a aula magna com o Prof. Dr. Mario Carlón (Universidade de Buenos Aires), intitulada ¿Más allá de la posmodernidad? Cuestiones contemporáneas (Além da pós-modernidade? Questões contemporâneas). Na ocasião, Carlón, a partir da noção de contemporâneo, discutirá as transformações na sociedade operadas pelo fenômeno da midiatização, que funde as fronteiras entre o online e o offline e que implica outras lógicas de produção e circulação do sentido.
A aula magna é uma iniciativa de cinco programas de pós-graduação da PUC Minas – Comunicação, Educação, Letras, Informática e Psicologia – responsáveis pelo projeto de internacionalização Culturas e práticas digitais na contemporaneidade, financiado pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da PUC Minas. Além da aula magna, Mario Carlón ministrará o curso “Culturas y prácticas digitales: mediatización y nuevas formas de circulación del sentido” nos dias 10 e 11 de novembro.
¿Más allá de la posmodernidad? Cuestiones contemporáneas
- Quando? 7/11 (segunda-feira), às 19h
- Onde? Sala multimeios do PPGCOM – Prédio 93. Av. Trinta e Um de Março, 1020, Dom Cabral – Belo Horizonte/MG
Mais obre a aula magna de Mario Carlón:
Há mais de vinte anos o “mundo da arte” abandonou o conceito de pós-modernidade e passou a utilizar o de arte contemporânea. Quando esse processo ocorreu, o WhatsApp e o Tik Tok não existiam, nem mesmo o Facebook. A televisão ainda dominava o espaço público e havia telefones e televisores que não eram nada parecidos com os smartphones de hoje, que são computadores conectados à internet. Algumas características da pós-modernidade permanecem, como o individualismo e as agendas identitárias, que se expandiram. Porém, até esses problemas mudaram.
O narcisismo contemporâneo é diferente do pós-moderno, porque tem meios próprios de comunicação nas redes sociais e tudo o que publica pode ser imediatamente retomado, discutido, desfeito. E os movimentos de gênero em muitos países mudaram de fase, seja porque graças a novas formas de construção de grupos sociais, eles conseguiram a aprovação de leis importantes e, em muitos casos, foram institucionalizados. Nem mesmo o individualismo e os movimentos sociais podem ser pensados atualmente como foram conceituados na pós-modernidade: hoje eles se expressam no quadro de novas e dinâmicas polarizações políticas, sociais e culturais, que são afetadas pela nova midiatização, por outras lógicas de produção e interpretação de sentido e novas formas de construção de grupos sociais.
Muitas dessas lógicas foram aceleradas em decorrência da pandemia. Em um contexto de “crise do tempo”, ou seja, de novas relações entre o passado, o presente e o futuro, as ideias sobre a contemporaneidade emergem da filosofia, mas as ciências sociais e a “semiótica aberta” também devem se expressar. Como os indivíduos, as instituições, a mídia e os grupos mediados operam hoje? Podemos continuar a pensá-los com as categorias do pós e pós-modernidade? Ou é hora de pensar contemporâneo? E, se sim, como proceder?
Esta conferência discutirá: Pode ser pensada como uma mudança em expansão resultante da adoção massiva da maioria dos atores sociais/enunciadores da midiatização, cuja consequência é a transformação da vida social tanto online quanto offline? Com isso, duas opções de colocam: (1) a tecnológica/determinista, que sugere transformações a partir da Internet e (2) a sociológica, segundo a qual a mudança social é canalizada através da Internet.