Na manhã desta quarta, 12 de maio, a FCA celebrou 50 anos de ações extensionistas com o Seminário de Extensão. Com o tema Reinventando sentidos e lugares, o evento foi transmitido ao vivo pelo canal do YouTube PUC Minas Lives.
O evento contou com palestra do professor Dr. Carlos Rodriges Brandão, docente em instituições como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade de São Paulo (USP), entre outras, que falou sobre as origens do trabalho de Extensão.
Estavam presentes na mesa de abertura o Pró-Reitor de Extensão da PUC Minas, professor Wanderley Chieppe Felippe; o diretor da FCA e secretário de comunicação da PUC Minas, professor Mozahir Salomão Bruck; a presidente da Comissão dos 50 anos da FCA, professora Adelina Martins de la Fuente.
Além deles, marcaram presença a aluna extensionista acadêmica, representando o Centro de Extensão em Comunicação (CEC), Beatriz Xavier; a professora Sandra Freitas, responsável pela Extensão na Faculdade; a professora Marcia Colamarco, a diretora geral da Providens, ação social arquidiocesana, Fernanda Flaviana de Souza Martins; a professora da rede municipal de educação de Contagem, Magda Antunes; a professora de artes da rede estadual de educação de Minas Gerais, Lucilene Silva Fonseca, e membros da direção regional do movimento dos trabalhadores rural sem terra (MST) Cíntia Cearense e Agatha Azevedo.
Importância da Extensão na FCA
Wanderlei Chieppe Felipe, professor e Pró-Reitor de Extensão da PUC Minas, relembrou em sua fala toda a trajetória da FCA, desde a sua criação, em meio a um período conturbado politicamente, até a criação de seus projetos de extensão ao longo do tempo.
“A Faculdade de Comunicação e Artes da PUC Minas tem sua trajetória marcado pelo espírito crítico e de defesa da liberdade de expressão, da tolerância e do respeito às diversidades”.
Wanderlei Chieppe Felipe, professor e Pró-Reitor de Extensão da PUC Minas
O professor Mozahir Salomão Bruck citou em seu discurso de abertura a importância da extensão para a FCA e sua relação com a comunicação na formação dos alunos, e trouxe também o educador Paulo Freire em sua fala.
“Essa vinculação da comunicação e da extensão é extremamente forte, é decisiva. Não é possível pensar em extensão sem pensar em comunicação. E pensar a comunicação como ato, gesto ou processo, mas também como campo de conhecimento, é impossível fazê-lo sem gastar ações, sem experiência, sem estar disposto a ir, ver e testemunhar”.
Mozahir Salomão Bruck, professor e diretor da Faculdade de Comunicação e Artes e secretário de comunicação da PUC Minas
Durante o seminário, foram reproduzidos vídeos feitos para a ocasião, com relatos de ex-alunos e alunos extensionistas sobre os vários projetos que já passaram pela faculdade. Outro vídeo, dos estudantes de Publicidade e Propaganda da Praça da Liberdade, foi exibido também com relatos da participação de alunos em um trabalho de extensão na Casa de Apoio à Saúde Nossa Senhora da Conceição.
As origens do trabalho de extensão
O professor Dr. Carlos Rodrigues Brandão, além de lecionar em várias universidades, é antropólogo, escritor e tem 60 anos de experiência na educação popular. Sua palestra “O que é extensão?” apresentou suas memórias com a extensão desde seu período de estudante universitário, trazendo um recorte temporal com suas experiências.
“Para compreender melhor alguma coisa, é necessário não partir dela, mas chegar a ela”.
Dr. Carlos Rodrigues Brandão, conferencista
Brandão citou o antropólogo inglês Victor Turner, que diz em uma de suas teorias que, para as instituições se consolidarem, devem haver pequenos movimentos derivados delas, as chamadas “comunitas“, que se opõem à estrutura e derivam de inquietações e contradições.
Ele buscou, em sua palestra, resgatar as “verdadeiras raízes” da extensão, que são geradas nas “comunitas”. Segundo o professor, estas raízes começaram nos Movimentos Culturais Populares (MCP) na década de 60.
Conhecimento fora da universidade
A professora Márcia Colamarco, extensionista desde sua formação universitária, ministrou palestra com o tema “Oportunidades de Extensão na FCA“. Ela iniciou sua fala provocando os participantes com relação à formação universitária. Segundo Márcia, o grande foco da formação universitária é na produção de conhecimento e cultura, porém, ela também faz uma provocação sobre para onde esta produção vai.
“Se uma das nossas obrigações é produzir conhecimento, para quem a gente está produzindo conhecimento? A quem esse conhecimento está ajudando? A que transformações nós estamos colaborando?”
Márcia Colamarco, fisioterapeuta, mestra em saúde e trabalho, doutoranda em fisioterapia pela Universidade de São Paulo, professora da PUC Minas e coordenadora de acompanhamento de projetos pedagógicos de cursos da Pró-Reitoria de Extensão da PUC Minas
Márcia Colamarco citou que o conhecimento produzido nas universidades não deve se restringir às salas de aula, e é neste contexto que entram os trabalhos de extensão: para levar conhecimento e oportunidades para fora dos muros da universidade. Ela também citou algumas características das ações extensionitas, que podem ser percebidas em vários campos da formação universitária.
“É um processo que transforma a todos os envolvidos. Transforma a comunidade parceira, o aluno e os professores que participam”.
Márcia Colamarco, fisioterapeuta, mestra em saúde e trabalho, doutoranda em fisioterapia pela Universidade de São Paulo, professora da PUC Minas e coordenadora de acompanhamento de projetos pedagógicos de cursos da Pró-Reitoria de Extensão da PUC Minas